Com objetivo de fornecer conhecimentos teóricos e práticos que os habilitem a desenvolver práticas sustentáveis de conservação do solo, professores do IFAC Campus Sena Madureira realizaram aula prática para os alunos do curso de Agroecologia na Usina Álcool Verde.
O projeto foi desenvolvido e Coordenado pela professora Drª Rosana Cavalcante dos Santos como parte das atividades da disciplina Manejo Ecológico do Solo.
O professor Dr. Carlos Adolfo Bantel também participou das atividades com enfoque da disciplina de Prática Profissional sobre o cultivo da cana de açúcar e produção de álcool.
A professora Joana Dias também acompanhou a aula com objetivo de desenvolver trabalhos na disciplina de Desenvolvimento e Meio Ambiente. A professora Carolina Cabral desenvolveu um subprojeto na disciplina de Geografia com os alunos do POREJA em Cooperativismo que também acompanhou a equipe.
Os alunos foram recepcionados na empresa pelo Engenheiro de Segurança e Ambiental e pelo Gerente de Operações que apresentaram o Grupo Empresarial Farias, atuante em diversos setores empresariais e na produção de álcool e açúcar no Nordeste, Sudeste, Centro-oeste e Norte do Pais.
Os alunos visitantes, após a apresentação foram convidados a se inscrever em programa de seleção de pessoal para participar como colaborador da empresa.
O Grupo Farias produz álcool e açúcar o ano todo pelo fato de atuar em diferentes regiões climáticas permitindo colheita e produção ininterruptamente.
No Acre iniciou suas atividades produtivas no ano de 2010 e está neste momento em plena atividade de safra, tendo a capacidade instalada de produzir 4.500 litros de álcool por hora.
Possui todo apoio de infraestrutura humana tais como assistência médica, social, treinamento de pessoal, segurança, alimentação, logística de produção, manutenção preventiva e corretiva, administração e comercialização.
No setor produtivo a ciclagem de insumos é completa não havendo despejos de produtos servidos nem resíduos, visto que a água, bagaço de cana, vinhoto (vinhaça) e fermento são reaproveitados.
A água tem seu ciclo de aproveitamento e reaproveitamento em ciclo fechado sendo complementada sua perda por evaporação com adesão de líquido colhido e tratado em curso de água próximo.
A cana de açúcar resulta em três produtos, quais sejam: álcool, vinhoto e bagaço. O álcool, em torno de 8% do peso bruto na entrada do processo é destinado para a Agencia Nacional de Petróleo em Rio Branco. O vinhoto é todo reconduzido para a lavoura de cana-de-açúcar resultando em adubação orgânica e de reaproveitamento do N,P e K. O baçaço de cana é integralmente remetido às caldeiras e transformado em energia elétrica. A usina depende de energia elétrica externa somente para dar partida ao processo industrial em caso de interrupção da produção.
A linha de produção industrial é composta admissão e lavagem da cana-de-açúcar, tripla moagem sendo que nesta fase há a separação do caldo (garapa) e bagaço. O bagaço é conduzido ao sistema de caldeira que produz energia elétrica e vapor destinados ao processo produtivo. O caldo é conduzido ao sistema de dornas fermentadoras. Nestas dornas ocorre a mistura de fermento vivo preparado em cubas próprias e o caldo formando o
moist permanecendo a mistura de oito a 12 horas, prazo este necessário para se transformar o caldo em vinhoto e álcool. Esta mistura, após recuperação do fermento vivo remanescente é conduzido a colunas de decantação onde o álcool é separado do vinhoto utilizando-se um aquecimento em torno de 96ºC que provoca a evaporação e separação do álcool do vinhoto. O vinhoto é conduzido a tanques ao ar livre que após resfriamento é reconduzido para a lavoura de cana de açúcar para adubação da nova safra.
O álcool evaporado é conduzido para uma coluna de resfriamento condensando-se e transformando-se do estado gasoso para o estado líquido. Nesta fase é realizada sua avaliação de qualidade e conduzido para os tanques de depósito aguardando sua remessa para o mercado.
Em ciclo paralelo a água é utilizada para lavagem da cana, na facilitação de extração de resíduos de caldo, na produção de vapor e na composição do vinhoto havendo pequena perda neste processo que é compensada com adição de água colhida em rio próximo.
Não há efluentes de líquidos ou resíduos sólidos no processo de produção de álcool sendo considerado um processo ambientalmente limpo.
Na lavoura os alunos tiveram oportunidade de observar a formação da serrapilheira proveniente da ponteira da cana de açúcar que não pode ser aproveitada na usina. A serrapilheira forma uma cobertura orgânica morta e gradativamente vai decompondo aumentando a presença de matéria orgânica no solo além de sequestrar carbono fixando-o igualmente no solo. Assim melhoram-se as qualidades física, química e biológica do solo além de devolver nutrientes importantes ao solo aproveitáveis pela planta.
Igualmente houve visita a canavial onde foi observado o ciclo anual da produção da cana, seus ciclos de produção, que podem atingir até oito anos para então entrar em reforma do canavial. A variedade atualmente utilizada foi introduzida da região centro-oeste do País e está em fase de adaptação e melhoramento genético visando-se a triplicação da produção de cadeia de carbono produtivo para fins de álcool.
A empresa trabalha no sistema de parceria e arrendamento de terra com os proprietários rurais da região com distribuição de lucros tendo nesta safra a disponibilidade de colheita de 800 hectares de cana.